terça-feira, 19 de julho de 2011

para Paulinho, Bárbara, Marcelo e Tinho

minha indecisão é como os cortes de meus cabelos, curtos e desencontrados. Meus traços são todos rasgados, aí mora a confusão. Eterno exercío de ser ou não ser ...
Vivendo em espirais, respirando as montanhas e o mar. Desgatando- ao máximo. Equilibro-me sempre entre o ir e vir, degustando as minhas escolhas até o limite insuportável da dor e do prazer. Assistindo-me nesse devir de autoconstrução sinto pena, mas é isso. Não há fuga. E agora identifico-me com as pedras de Michelangelo, uma figura da matéria da e da natureza, a alma neoplatônica presa em um corpo-pedra. Na luta contra os medos invisíveis, escupol-me...eternamente.
Não sou Hamlet.
Não sou Ofélia.
Sou escultura.

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