sexta-feira, 15 de março de 2013

descoberta


insaciável
a escrita
parasita
gera
o movimento
que cresce
do interno
e corre
ao caos.
vai para fora
reverbera:
insônia,
ou sonhos escritos
de palavras mastigadas
pelo inconsciente.
o sistema nervoso
se contorce
sente
e invade
os ombros
vômitos
 diarreia
dão vazão
ao processo.
litros de água
doravante
suor.
não me disseram
que tal qual um bicho
a escrita
poderia habitar
tão intimamente
um corpo,
atravessando seu
contorno
testando
quaisquer
limites
foge da pele
pois quer
escapar
pelos orifícios
desaba
feito baba.
ordenam
a separação
de objeto e sujeito
mas que obsoleto
é notar
a impossibilidade,
se já não sei se
sou em quem me meto
ou ela que mete.
por isso geme
no estômago
e se cospe
involuntariamente
contorce
devora
ao mesmo
tempo que é
pura força
aflora
quando se cola
nas paredes
dos nervos
músculos
que desconheço
agora
tão abertos
porque tudo
de repente
se destranca
para vazar.

o texto como líquido
também é óleo,
desferruja.

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