sexta-feira, 6 de junho de 2014

polifonia noturna


linhas invisíveis
trazem todos
os meus instintos
longínquos
tecendo-os
perto

junto ao meu colo.
recolho-os
um a um
como sons perdidos
de outros cantos

costurando
em desejos
as tantas vozes de mim
posto que agora
sou coro

vagarosamente
suspiro
o silêncio deixado
pela passagem da lua
por minha face
por hora
rubra.

porque hoje sou
tantas
mulheres
criaturas
habitadas na pele
de uma.











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