terça-feira, 15 de julho de 2014


habito agora
o espaço oco
dos pontos
mais miúdos
os detalhes
como hiato
mudo
lançado em seu tempo
de espera
em pausa

...

atravessada
por dimensões
gradientes
pequenas
num mergulho
imersão
escuro do ventre
da manhã calada
que rasgo com os dentes
e amanheço

é que ando mexida
por certas estranhezas
e tudo agora
soa claro:
um cigarro aceso
queimando sem boca
as buzinas soltas
sem os carros
e os volantes
minha mente andarilha
sem rosto
desfocada na noite
meu sussurro de flauta
para tua orelha quente.

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