terça-feira, 11 de novembro de 2014

esqueci o meu nome
sinto tê-lo perdido
na esquina de casa
no entanto
sinto-me muito mais
do que antes
sou-me
sumo
a toda ora
instante
não reconheço meu rosto
em espelhos
retratos
e estantes
perdi o meu nome
segredo
vivo um outro destino
paradeiro
daqueles que esquecem
intermitentemente o mais íntimo
de si
por um tempo
sem pressa
meu rosto
ocupa a cidade
toda
as ruas
e vivo nelas
todas pessoas
a velha do ônibus
a menina
a moça
para depois
reconhecer-me:
lembrar de um outro lado
o avesso, o resto
o meio
daquilo tudo que me nomeia
poeta

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